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terça-feira, 30 de junho de 2009

A vez da vaidade masculina

Por Lucas Meloni

Preteridos sempre à condição de desantenados do mundo da moda, os homens têm desmistificado essa ideia. A geração século 21 masculina busca elementos atuais da moda e os incorporam em seu dia a dia com uma frequência que até certo tempo atrás não passaria na cabeça das pessoas.
“Eu gosto de me vestir bem, fico calmo, me sinto bonito e bem visto, às vezes a roupa me serve como terapia”, diz Pedro Santana, estudante. Assim como Pedro, muito homens usam roupas de grifes, perfumes e cremes para melhorar a imagem que passam de si para outras pessoas.
As pesquisas divulgadas mostram o aumento da vaidade entre os homens em todo o mundo. Eles apelam para cosméticos e roupas caras e de bons tecidos para chamar a atenção. É o grupo de metrossexuais, homens que são heterossexuais mas que se preocupam bastante com a aparência. “No fundo, no fundo, todo ser humano tem vontade de se sentir bem, andar com uma roupa bonita e ser fashion”, diz Vinícius Libério, metrossexual assumido.
Para especialistas, a preocupação a aparência é saudável, de certo modo equilibra as ações humanas, ela só não pode se torna uma escravidão, ao ponto da pessoa pensar em roupas, perfumes, sapatos e cremes 24 horas por dia.
A grande maioria dos homens ouvidos pela reportagem é favorável à preocupação com a aparência e à aplicação das tendências da moda em suas vidas. As mulheres também. “Quem disse que pra ser homem é preciso andar descuidado, sem fazer a barba, com roupa velha e rasgada? Isso é lei?”, diz Sônia Melo, psicóloga.
É visível a importância da moda ditando tendências, a moda gira o mundo. O que diferencia a moda de antes da moda atual? Os homens descobriram que podem fazer parte dela também.

sexta-feira, 26 de junho de 2009

Minha Vida Pela Tua

Esperando notícias, o telefone toca às 23h38. Sobe o frio pelas pernas do apaixonado garoto. Quem poderia ser se não a sua amada, fazia naquele momento mais de 6 horas que não se falavam. Ela havia avisado que ligaria antes de dormir. Ansioso, tirou o telefone do gancho e lembrou das palavras da menina à tarde. "Tempo, é tempo".
O relógio da sala fazia um barulho capaz de irritar quem estava numa situação difícil como aquela, do outro lado da linha alguém dizia: alô? Alô? A coragem que caiu sobre si o fez atender o telefone, as palavras embargadas travavam na garganta. Era chegado o momento que ele pensou que nunca aconteceria. A separação. Ela dizia estar cansada do relacionamento, as ações do rapaz não condiziam mais com suas palavras de apaixonado e que queria ficar um tempo sozinha. Ele ouvia tudo com muita atenção enquanto rolava uma lágrima em sua face.
Mas e todas as manifestações verdadeiras de amor? Elas serão simplesmente esquecidas? Elas não podem ser consideradas atitudes de amor? Estava confuso.
Depois de mais alguns minutos de conversa, ela desliga o telefone sob o pretexto de dormir. Ele ainda ensaia algumas palavras, mas ela não chega a ouvir a síntese do amor perfeito: minha vida pela tua, esse é meu amor.

Texto/crônica de autoria de Lucas Meloni

quinta-feira, 25 de junho de 2009

Ruas com vida

Por esses dias estava andando no centro de São Paulo e fui abordado por uma senhora com seus 74 ou 75 anos. Ela me perguntou se eu teria algumas moedas para dar a ela, sem hesitar dei-lhe algumas que tinha em meu bolso e ela soltou um: "Deus lhe abençoe, meu filho". Curioso como sou, não fiquei satisfeito em apenas receber tal bênção, segui a senhora até a entrada do terminal de ônibus do centro e perguntei o porquê de ela ainda pedir esmolas, apesar da idade. Pergunta tola, ela pede pois não tem condições de se manter sem fazer isso.
A história de dona Joaquina, nome da referida senhora do momento, é semelhante à muitas das pessoas que vivem naquela região da cidade. Ela fora casada com um homem de muitas posses, um rico comerciante de móveis que morreu há 30 anos. Nunca quis ter filhos. O marido queria, pensava em quem ia deixar as lojas que tinha na década de 70. Quando morreu, seu Bernardino não tinha mais suas posses. A falência atacou a família porque sucessivos golpes de calote eram aplicados na loja do comerciante. Sem conseguir equilibrar suas finanças, o comerciante foi obrigado a fechar as portas. Sem dinheiro e sem rumo, Bernardino morreu. Para dona Joaquina, morreu de tristeza.
Desde então, sem ninguém para ajudá-la, sem irmãs, primos, tias ou tios e nem mesmo filhos, Joaquina vive na rua. Ela me disse que normalmente se acomoda nas imediações da Praça da República. "Às vezes vou também para umas ruas próximas da Rio Branco, lá é traquilo pra gente de rua".
Muito inquieta, dona Joaquina disse estar com muita fome, me despeço com um largo sorriso e a agradeço. Ela sorri e me abençoa mais uma vez, mas dessa vez quem precisa mais da bênção é a senhora, dona Joaquina.




Por Lucas Meloni

terça-feira, 16 de junho de 2009

Governo brasileiro lança proposta de abertura de arquivos do período militar

Proposta gera polêmica, para especialistas a medida não é revanchismo e sim um direito à informação
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Lucas Meloni

A ditadura deixou marcas na sociedade brasileira, essa passagem política foi uma das responsáveis pelo crescimento desmedido das desigualdades sociais, o aumento da corrupção em setores do governo, o atraso na produção cultural e na exposição de pensamentos críticos fundamentados. Na América do Sul, há outros países em que o regime ditatorial foi mais forte e realmente bem mais acrescentado ao aparelho governamental e destruídor, casos de Argentina e Peru. No Brasil, o momento mais crítico foi em 1968, quando foi decretado o AI5, ato imposto pelo então presidente Costa e Silva. Esse decreto tirou o direito político de muitos brasileiros, findou com julgamento judiciário independente e fechou as portas do Congresso Nacional.
Agora esse período da política brasileira pode ser pesquisado através dos documentos originais gerados à época. “Está aí a chance de nós entendermos mais a fundo esse período”, diz Francisco Moretto, professor em licença de história da rede estadual de ensino.
Nos últimos meses ganhou destaque a proposta de abertura de documentos desse período, são documentos restantes, pois alguns já foram abertos. Os documentos trariam à tona informações importantes de fatos ocorridos naquele momento. O clamor público tem pedido aos responsáveis por essa decisão para que os documentos sejam divulgados com rapidez. Porém, a abertura traz uma série de questões que precisam ser respondidas, “Quando se fala sobre arquivos militares, há questões que merecem destaque, é preciso levar em conta a política de anistia, a dor dos familiares que perderam alguém por causa do regime e as consequências que isso traria ao país hoje”, conta o professor Francisco Moretto.
Para os especialistas ouvidos pela reportagem, a abertura não pode ser feita de qualquer jeito. Afinal, há inúmeros jargões e termos desconhecidos pelo grande público, o que não facilitaria o acesso dessas pessoas às informações. Para Moretto, os arquivos precisariam ser seguidos por relatórios explicativos e contextualizados.
São muitos arquivos, alguns ainda precisam do aval da Justiça para que sejam divulgados. O plano do governo é estabalecer regras para o tratamento de informações sigilosas. Para isso, o presidente Lula Inácio Lula da Silva enviou no começo do mês de maio uma proposta para o congresso nacional que visa a divulgação dos documentos de forma moderada. A ideia principal da proposta é viabilizar informações importantes sobre crimes contra os direitos humanos cometidos durante os conhecidos “anos de chumbo”.
Já 24 anos depois do fim do período militar, o Brasil vive uma democracia e sob essa bandeira aparece o desejo de saber sobre aquele momento sem revanche aos idealizadores do golpe. “Sem revanchismo, é apenas uma forma de saber o que aconteceu no período, é desmistificar o que aconteceu na época”, diz o professor e coordenador de comunicação social da Universidade Paulista, Fernando Perillo, militante estudantil na época militar.
Sob o aspecto crítico, a divulgação desses arquivos é um avanço, resta saber o porque de eles serem expostos apenas agora e não logo após a abertura democrática em meados da década de 80. Segundo a arquivista do Arquivo Nacional, órgão do governo brasileiro responsável por cuidar de documentos importantes e relevantes para a sociedade, Carla Krause, os documentos esperam um tempo para ser divulgados. “Todo documento arquivístico produzido na área pública deve respeitar determinadas leis de classificação e temporalidade. Isso significa que há um tempo legal a ser respeitado antes da divulgação de documentos”, afirma a arquivista.
O tempo de espera para a divulgação de arquivos públicos dessa categoria no Brasil é de 30 anos, com possibilidade de renovação por mais 30. Todo material com marcação pública deve respeitar determinado tempo. Dentre os arquivos públicos, esses são os que têm o menor tempo de privação.
Porém, alguns arquivos já podem ser vistos pela população, eles estavam em propriedade do antigo DOPS, o Departamento de Ordem Política e Social, que era o órgão oficial do governo autorizado a oprimir e reprimir ações democráticas ou anarquistas. É possível acessar os arquivos através da internet, a forma mais viável e direta. Há programas de acesso à informação que já funcionam exatamente assim, como é o caso de “Memórias Reveladas – Centro de Referências de Lutas Políticas no Brasil”, uma parceria do governo federal com os Estados. Através de informações divulgadas pela imprensa à época e informações oficiais do governo, o “Memórias” proporciona aos interessados um retrato geral do que foi o período militar brasileiro. Para pesquisas e consultas aos arquivos e dados da época, o endereço eletrônico do centro é www.memoriasreveladas.arquivonacional.gov.br. O centro está hospedado na própria página do Arquivo Nacional. Segundo informações do próprio centro, estão no ar em toda a rede cerca de 150 mil prontuários, 1,1 milhão de fichas e mais de 9 mil pastas de dossiês que já podem ser vistos.
Contudo, há documentos que nunca poderão ser analisados e interpretados porque foram destruídos ou simplesmente desapareceram. Para o professor Perillo, o teor da documentação que desapareceu era de informações sobre os diversos atos que os militares cometiam. “Acredito que eram referentes a prisões, desaparecimentos, mortes e atos corruptos. Com certeza eram coisas que os militares não gostariam que fossem divulgadas.”
Não se sabe ao certo a dimensão que a publicação das informações vai trazer ao presente político e social do Brasil, mas todo o cuidado é pouco e necessário. “Há fatos que podem impactar o país, sim, mas é um impacto que pode melhorar o cenário nacional”, diz Francisco Moretto.
A cidadania brasileira e o patriotismo são os valores que mais serão valorizados com a concretização da abertura dos arquivos. O Brasil ultrapassará o limite que divide os pequenos países que insistem em governos medíocres, autoritários e com liberdade e informações limitadas e será um país com uma jovem democracia que parte para a livre promoção da informação e respeito ao cidadão.


(LM)

Reportagem/Trabalho acadêmico apresentado à disciplina Produção de Texto Jornalístico

terça-feira, 9 de junho de 2009

SESC Itaquera é polo cultural na zona leste da capital



Sesc traz programas que agradam a diversos estilos e é o centro cultural da região mais pobre da cidade de São Paulo; número de visitantes ultrapassa os 100 mil

A cultura é o principal motor de avivamento social. Sem ela, o sentido de
expressão artística não teria validade e a identidade dos povos seria impossível. A cultura brasileira é muito rica, inclui danças, comidas, festas, literatura e músicas. Em uma região da zona leste de São Paulo, a mais violenta da capital, a cultura é o pilar do Sesc Itaquera. O Sesc é um programa do governo federal dirigido pelos Estados. O programa tem como objetivo trazer lazer e cultura à população.
Em Itaquera, as pessoas têm o Sesc como a iniciativa mais bem-sucedida dos governantes para a região: “Eles fizeram um bom espaço pra gente, eu levo minhas meninas nos finais de semana pra piscina e elas fazem a festa”, diz Maria Cristina Costa, proprietária de um bar nas proximidades do centro.
O esporte também é valorizado no Sesc, o centro possui quadras e piscinas, além de um grande espaço para a prática de corridas e caminhadas. O clima agradável e receptivo que o local tem é o fator que leva a população da região leste a visitá-lo. Calcula-se que visitem o parque cerca de 20 mil pessoas por mês.
“O Sesc na região é de suma importância para a população, afinal estamos incluídos numa área carente de atenção. Antes do Sesc não havia outro parque que nos proporcionasse atividades desse tipo, existia o Parque do Carmo, mas ele tem uma proposta diferente da nossa”, diz Rodger dos Santos, funcionário de comunicação da unidade Itaquera do Sesc.
A valorização da cultura e a promoção do esporte e de valores sociais importantes fazem parte da história dessa undidade do Sesc, que foi inaugurada no ano de 1992. Desde então, o centro é a identidade da zona leste.
Lucas Meloni
Foto: Divulgação do Portal do SESC SP www.sescsp.org.br